A campanha do Setembro Amarelo

A campanha do Setembro Amarelo

O que é “Setembro Amarelo”

Setembro amarelo se trata de uma campanha conscientização sobre a prevenção ao suicídio, sendo no dia 10 de setembro oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

O “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio” foi criado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio com o objetivo de chamar a atenção dos governos e da sociedade civil para a importância do tema da prevenção ao suicídio.

Como surgiu o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e o Setembro Amarelo?

Sobre a origem da campanha, Caroline Cintra, do portal G1 DF (2022) apresentou a seguinte história:

A campanha do Setembro Amarelo foi inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio, aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos. Ele tinha um carro amarelo e, no dia do seu velório, os pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que pudessem estar enfrentando transtornos mentais e emocionais.

As fitas amarelas se tornaram o símbolo da campanha, que foi adotada em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O médico Leonardo Rodrigues da Cruz explica que a campanha é importante para reduzir preconceitos e conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde mental – além de proporcionar a redução do estigma “por meio da informação responsável“.

G1 Distrito Federal.

Dados mais recentes sobre o tema

O tema é muito importante pois tem atingido o mundo em um nível muito alto. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde (2021) todos os anos morrem mais pessoas “como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios”. Segundo o relatório de 2019 da OMS, a cada ano, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes.

OMS

As taxas de suicídio caíram nos 20 anos entre 2000 e 2019, com a taxa global diminuindo 36%, diminuições variando de 17% na região do Mediterrâneo Oriental a 47% na região europeia e 49% no Pacífico Ocidental. Mas na Região das Américas, as taxas aumentaram 17% no mesmo período.

Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio. É necessária uma aceleração significativa na redução de suicídios para cumprir a meta dos ODS de uma redução de um terço na taxa global de suicídio até 2030.

OMS (2021)

Por mais que a nível global esteja reduzindo, no nosso continente Americano o aumento de 17% deve trazer preocupação. Pra além disso: Toda vida importa; uma morte por suicídio é muito triste. Precisamos lutar para que esse número seja reduzido, e ainda mais: para que se as pessoas consigam encontrar outros meios para acabar com o sofrimento, que sejam saudáveis, que não seja o suicídio.

Sobre o suicídio

A tentativa de autoextermínio, também conhecida por suicídio, geralmente é usada com um recurso pra acabar com o sofrimento. Mas não pode ser visto como um recurso bom e última saída para o sofrimento.

Uma pessoa que sofre muito e pensa nesse recurso, pode não conseguir enxergar outras formas de acabar com esse sofrimento e precisa urgentemente de ajuda de profissionais aptos para lhe dar com esse tipo de problema.

Ele não está apenas ligado a quadros de Depressão. Outros tipos de adoecimentos mentais também podem levar a pessoas terem o risco de suicídio. E ainda existem outros problemas sociais que estão ligados a este risco, como brincadeiras de mal gosto, desafios imprudentes que colocam em risco a própria vida e algumas filosofias de vida que levam pessoas a terem esse risco de realizar essa ação triste consigo mesma.

Um ponto muito importante que quero resaltar aqui é que pra pessoa chegar ao ponto de tentar realizar esta ação, na maioria dos casos, não se trata de algo do dia pra noite, mas, vem como o resultado de muito tempo de sofrimento e desvalorização da própria vida.

E muitas vezes os sinais de que algo não está bem com a pessoa já vem sido apresentados a muito tempo, mas por conta da falta de diálogo ou de diversos outros fatores, como a rotina frenética ou a normalização do sofrimento, podem fazer com que esses sinais não sejam percebidos pelas pessoas que convivem com pessoas com a ideação de realizar essa auto agressão.

De uma forma mais metafórica, o sofrimento e os problemas que acontecem com a pessoa podem ser extressantes e aculmular gerando mais sofrimento, como uma panela de pressão (sendo a pressão esse acúmulo de sofrimento e problemas), e se não for trata, podem ser estourada. A pessoa pode, como uma panela de pressão com o pino intopido, estourar para fora, com atitudes agressivas com outras pessoas a sua volta, ou pode estrourar para dentro realização a auto agressão, ou até chegando a tentar o suicídio.

O sofrimento que pode gerar o risco da não valorização da própria vida e chegada a este ato consigo mesmo, passa por diversos problemas ao longo da vida da pessoa, incluindo o bulling, os problemas familiares, históricos de casos na família, históricos de relacionamentos e a construção da autoestima, além de fatores biológicos.

É um problema muito difícil e que devemos tentar resolver. Pois as vidas devem ser valorizadas.

O que pode ser feito?

Com a intenção de ajudar na redução das taxas de suicídio, a OMS em 2021 lançou uma orientação chamada “LIVE LIFE”, e definiu 4 estratégias:

Limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e armas de fogo altamente perigosos;

Educar a mídia sobre a cobertura responsável do suicídio;

Promover habilidades socioemocionais para a vida em adolescentes;

Identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos suicidas.

Essas estratégias podem ser aplicadas não somente a nível governamental, mas também a nível pessoal. Uma família ou grupo de amigos ou outro grupos pequenos podem adaptar tais medidas a níveis mais próximos de cada pessoa.

Medidas que podem ser tomadas a nível pessoal

Se você tem alguma pessoa próxima a você que esteja sofrendo e com algum risco de suicídio, você pode tomar algumas medidas para ajudar:

Conhecer sobre o tema. Buscar informação é sempre bom, pois assim, você pode ajudar melhor não só a você, seus familiares, mas também outras pessoas.

Procurar ajuda profissional ou indicar ajuda profissional. Levar a pessoa até um serviço de assistência e apoio (serviço de plantão psicológico, psicólogos, serviço médico, serviço de apoio do CVV).

Aprender a identificar se tem algo que não está legal. Existem sinais de que a saúde mental de alguém não está legal, e em meio a diversos problemas de saúde mental; os adoecimentos e o risco de suicídio podem surgir. Aprender a identificar sinais de que algo não está bem pode ser um dos passos pra conseguir ajudar a si mesmo e as pessoas a nossa volta.

Conhecer os meios de prevenir o suicídio, aprender a lhe dar com as pessoas com riscos de suicídio. Aprender a como lhe dar com as pessoas que estão com risco de suicídio, além conhecer os meios de prevenção podem ajudar na redução esse risco.

Estar perto da pessoa que está com o risco de fazer isso. Se você tem alguma familiar, ou amigo nessa situação, estar perto dessa pessoa e dar apoio a esta pessoa é um meio para ajudar a evitar o risco porque dificulta a pessoa que esta sofrendo de fazer algo que possa fazer mal pra ela mesma.

Ouça as pessoas. Empreste o seu ouvido, escute mais as pessoas, dê atenção, ofereça a disposição para que as pessoas falem com você dos problemas delas.

10 de Setembro (todos os anos): Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 10 de Outubro (todos os anos): Dia Mundial da Saúde Mental.
Novembro (varia o dia de novembro a cada ano): Dia Internacional dos sobreviventes enlutados pelo suicídio.
Dias para serem lembrados.

Para “Limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e armas de fogo altamente perigosos”; é possível afastar objetos como estes das pessoas que sabemos que estão com algum risco; escondendo facas, remédios, armas entre outro objetos.

Por exemplo, caso uma pessoa tome algum remédio controlado, ajudar essa pessoa dando o remédio nas dosagens certas nos horários indicados pelo médico e guardar estes remédios em lugares onde a pessoa que esteja sofrendo por ideação suicida (pensando em se matar) não tenha acesso fácil, assim é possível dificultar as tentativas.

Buscar ajuda profissional, além de outras ações, podem contribuir para que menos pessoas busquem esse meio para aliviar o seu sofrimento.

Criar essa rede de apoio: família, amigos, contato profissional, escola, etc.; pode ajudar para mudar essa realidade. O suicídio não é o último recurso pra sair do sofrimento, existe outra saída.

Existem muitos outros caminhos para aliviar os sofrimentos

Se você está passando pro sofrimentos desse tipo, pensando nesse meio de alívio, ou conhece alguém nessa condição, procure e indique ajuda profissional.

Existem outras saídas. A sua vida vale muito.

Precisando de ajuda pode me procurar, sou psicólogo clínico e ofereço acompanhamento psicológico online e presencial, para mais informações entre em contato pelo número (31) 971730541 ou clique aqui.

Fontes:

https://brasilescola.uol.com.br/saude/setembro-amarelo.htm

https://www.setembroamarelo.com/

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/09/04/setembro-amarelo-entenda-como-surgiu-a-campanha-para-prevenir-suicidios.ghtml

https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-revelam-estatisticas-da-oms

https://www.cvv.org.br/

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A MÚSICA QUE NÃO SAI DA CABEÇA e VAMOS FALA DE SAÚDE?

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