A pressa pela informação e a construção do conhecimento pessoal
Vivemos em um momento, na internet, onde os vídeos curtos estão cada vez mais comuns de serem “consumidos”.
Os conteúdos em geral, tem sido cada vez mais disponibilizados por meio de videos curtos. E com esse movimento, parece que as pessoas vêm cada vez mais desejando esses meios mais rápidos de encontrar informação.
Até mesmo na leitura. Parece que o consumo de conteúdo por meios de vídeos curtos tendem serem mais buscados do que conteúdos escritos. E com isso me vem dois pontos ao pensamento:
- Essa pressa por conteúdos resumidos, ajudam mais do que atrapalham o nosso desenvolvimento em relação a pensamento e conhecimento?
- Além disso, tem sido comum ver pessoas assistindo, por exemplo, um filme na TV e um vídeo ou rolando na rede social pelo Smartphone.
Essa pressa por conteúdos resumidos, ajudam mais do que atrapalham o nosso desenvolvimento em relação a pensamento e conhecimento?
Existem várias teorias que explicam como adquirimos conhecimento. Algumas dessas teorias enfatizam a importância do esforço na aprendizagem.
De acordo com essas teorias, quando nos deparamos com informações novas e desafiadoras, somos forçados a trabalhar mais para compreendê-las. Esse esforço pode gerar um conflito entre o que já sabemos ou acreditamos e o novo conteúdo que estamos tentando assimilar.
Esse conflito, por sua vez, pode nos levar a ajustar nossas crenças e compreensões anteriores, resultando em uma construção mais profunda e duradoura do conhecimento.
Desenvolvimento do conhecimento
Dentre as teorias temos a teoria dialética da “Tese, antí tese e sintese”, sistematizada por Georg Wilhelm Friedrich Hegel; onde duas opiniões diferentes, quando postas em discussão, podem no final gerar uma nova que mistura as duas; se formos usar uma maneira mais simples de explicar.
Outra é a da Gestault, que uma das linhas da psicologia, que trabalha com a idéia de que quando uma pessoa se depara com algo novo, ela meio que, busca dentro daquilo que ela conhece pra ver se aquele novo se encaixa em algo que ela já tenha visto e assim ela consegue assimilar aquilo.
Existem outras também; mas, tomando essas duas, podemos entrender o conhecimento pode ser desenvolvido por meio da reflexão entre o que você já sabe e o novo que é apresentado a você.
O resumo de conteúdos
Quando resumimos algo, precisamos escolher entre as informações que vão ser usadas e as que vão ser deixadas de lado.
Mas com isso pode ter um problema: As informações que foram deixadas de lado, podem conter algo que possa contribuir mais pro nosso conhecimento.
A casa fonte de conhecimentos
É como se fosse uma grande casa cheia de cômodos, com portas, janelas, móveis, livros, objetos de decoração; essa seria a obra completa.
E quando se tira uma foto dessa casa, seria o resumo.
Na foto, ainda que seja bela, bem feita; infelizmente não consegue guardar todas as informações dessa casa. Talvez, uma única foto, possa deixar de lado algumas partes da casa que ficaram fora do enquadramento, do alcance da câmera.
E se ficarmos só na foto, sem visitar essa casa, abrir as portas e janelas, observar o que cada parede guarda, de história em suas marcas ou nas prateleiras com os livros e decorações …, muitas informações podem ser perdidas.
Ao passar por uma das portas de um dos quartos da casa, podemos ver a decoração e com ela, talvez, começar a ficar curioso pra saber mais sobre o porque que tem aquele quadro na parede, ou achar bonita a capa do livro que tá na estante…
Então aprofundando mais, ao abrir esse livro, você pode ler um pouco e com isso se interessar pela história. E assim começar a caminhar em uma direção na sua vida totalmente nova, conhecendo coisas que antes você nem imaginava que existiam.
Se tivesse ficado só na foto, pode ser que perderia muita coisa.
Campo de estudo
Com isso me recordei de um momento em que estava na casa de uma pessoa que conheci tem um tempo. Ela tinha um projeto onde buscavam cursos para desenvolver a arte de ser palhaço.
Enquanto ela procurava algumas opções de cursos, uma outra pessoa chegou e sugeriu fazer algo mais aprofundado.
Ela entrou na descrição de algumas das opções, viu o nome dos professores; viu também o livros que foram usados como base pra desenvolver cada curso,etc.
E com isso começou a pesquisar onde os professores estudaram, e sobre os autores dos livros que foram apresentados ali na descrição.
No final, chegaram muitas outras opções de cursos que poderiam ajudar muito no projeto.
Eu tirei dai uma estratégia que achei interessante, e que eu imagino que outras pessoas já devem trabalhar com ela, até mesmo possa ter quem tenha dado nome a ela e a otimizado; a estratégia de buscar informações a mais dentro daquilo que foi encontrado.
Seria, mais uma vez, ir visitar a casa e com isso encontrar mais informações nos cômodos da casa.
Os vídeos curtos e resumidos
Os vídeos curtos, principalmente os informativos, podem ser como a foto da casa, que deixou de lado muita informação, inforamção essa que pode até ser várias portas pra nos ajudar a conhecer melhor o mundo.
Mas, não somos obrigados a saber tudo de todo assunto.
O objetivo aqui é ti dar uma sugestão:
Não fique sempre no vídeo curto, pois, pode ser que tenha muito a informação valiosa ligada ao assunto do vídeo que foi deixado de lado, informação que pode ser que te ajude muito.
Essa pressa por conteúdos resumidos ajudam mais do que atrapalham o nosso desenvolvimento em relação a pensamento e conhecimento?
Não dá pra colocar numa balança pra ver pra qual lado esses resumos trazidos por vídeos curtos podem ajudar ou atrapalhar.
Mas, eles podem deixar de lado muita informação que pode enriquecer o nosso conhecimento. E mais conhecimento pode ajudar muito em vários âmbitos da nossa vida.
Ao mesmo tempo, existe o problema de que as informações nestes vídeos podem estar incorretas ou incompletas e assim atrapalhar a gente. Logo, é necessário aprender a filtrar as informações.
Agora, existe um movimento de cada vez mais fazemos duas atividades ao mesmo tempo e que podem dividir a nossa atenção: Ver televisão ou conversar com outras pessoas que estão perto da gente, enquanto usamos o smartphone, ao mesmo tempo. E sobre isso falaremos em outro artigo.
Confira também os artigos: “Sobre ser humano complexo“, “O autoconhecimento” e “Padrões de beleza e saúde mental“
Fonte de imagens:
Foto 01: Valter Cirillo | Pixabay
Foto 02: Foto de Ismael Guzmán | Pixels
Foto 03: ElasticComputeFarm | Pixbay