As telas prejudicam nossa saúde?

As telas prejudicam nossa saúde?

Faz parte do nosso dia a dia

É bem normal a gente ficar parte do tempo do nosso dia na frente de telas, seja dos celulares, computadores, televisões, tablets; são muitos os equipamentos que usamos que tem uma tela iluminada.

Nos últimos 20 anos, essas telas iluminadas passaram a fazer mais parte do nosso cotidiano. O trabalho online, o acesso a informação de forma virtual, acaba sendo bem difícil não usar algum desses equipamentos com essas telas.

Mas nisso tem um problema: o excesso de exposição a elas pode fazer mal pra nossa saúde.

Como?

O excesso de exposição a telas pode afetar:

  • A visão,
  • Potencializar comportamentos não saudáveis para o corpo.

Visão

A visão, por causa da luz emitida pelos aparelhos eletrônicos, quanto mais tempo se fica exposto, maior o risco de essa luminosidade causar problemas de visão.

Por mais que temos equipamentos melhores que não emitem luz na intensidade que pode nos fazer mal, usar a longo prazo pode afetar a nossa visão.

Potencializar comportamentos não saudáveis

  • Os jogos eletrônicos, as redes sociais, os vídeos, as fotos, as diversas formas de entretenimento com acesso facilitado por meio desses aparelhos eletrônicos podem fazer com que as pessoas foquem tanto ali, que podem leva-las a deixarem de fazer atividades importantes pra sua saúde.

Isso não é algo que podemos generalizar, mas quando encontramos algo que chama muito a nossa atenção é possível que foquemos ali e nos esqueçamos de outras coisas:

O que pode ser bom pra distrair ou ruim caso nos atrapalhe a fazer atividades importantes. Por isso cabe bem observar se essa ação está ajudando ou prejudicando.

  • Deixar de lado brincadeiras que envolvem atividade física.

Diversos dos estudos sobre a exposição a telas, publicados em revistas científicas no período de 2019 a 2023¹ chegaram a conclusão que muitas crianças tem deixado de lado brincadeiras que envolvem atividades físicas para brincar virtualmente em celulares, computadores etc.

Isso é ruim porque parte importante dos desenvolvimento físico dos seres humanos se dá nas atividades que envolvem atividades físicas, com no caso das crianças, as brincadeiras de correr ou pular e tantas outras brincadeiras que envolvem atividade física.

  • Não alimentar na hora certa e com alimentos que podem não ser saudáveis.

Seja porque pode precisar de algum preparo que leva tempo e por isso acabam sendo deixados de lado;

Ou por esquecimento. Ficam tão “hipinotizados” pelo que estão vendo ou fazendo que se esquecem da hora de comer, e até mesmo podem ignorar a “barriga roncando”, sinalizando a fome.

  • Não consumir água no momento certo, e nem na quantidade adequada.

Pode ser por esquecimento ou por ignorar a boca seca sinalizando a sede; parecido com o ponto anterior.

Porque eles podem ser potencializados?

Photo by Ksenia Chernaya

Esses comportamentos podem ser Potencializados porque, muitas vezes esses comportamentos já acontecem independentemente da exposição a telas, do tempo envolvido com esses aparelhos eletrônicos.

  • Seja por aprendizado ou convivência: a família não tem o costume de se alimentar direito, no tempo certo, com alimentos mais saudáveis, e assim acabam ensinando as crianças a se comportarem a mesma forma, mesmo sem perceber.
  • Seja com descontrole: A pessoa tem dificuldade em se controlar com relação ao autocuidado, com relação ao tempo de exposição as telas, isso pode ser causado por diversos fatores. Não consegue dar pausas no tempo em que fica vendo TV, ou nas redes sociais, ou nos videogames, ou no sites de vídeos, ou sites; para se alimentar, se hidratar ou fazer atividade física.

E a nível social e psicológico?

Até aqui abordamos alguns dos pontos relacionados a exposição a esses equipamentos, mas existem muitos outros problemas envolvidos.

As telas são como que portas para um outro universo

Considerando que os celulares, computadores, tablets, smart TVs, e consoles (videogames), permitem acesso interativo a internet e assim a várias formas de contato com informações, rede de pessoas, conteúdos de diversos jeitos;

Com eles entramos em um “universo” virtual, onde os problemas de convivência, os conflitos e dificuldades que temos de conseguir lhe dar com as pessoas, diferenças (seja de opinião ou de se comportar), eles também podem acontecer nesses ambientes virtuais.

E dependendo de como cada pessoa consegue lhe dar ou não, com esses problemas no ambiente virtual pode gerar fazer mal e gerar adoecimento.

Vemos o cyberbullying (bullying no ambiente virtual), os problemas com os “haters”, a influencia dos likes; que podemos falar em outro artigo; tudo isso pode influenciar as pessoas.

Nas crianças

Sobre o conteúdo aos quais elas tem acesso por meio das telas

Agora, pensa nas crianças que, durante o processo de aprendizagem sobre como conviver no mundo, lhe dar com todos esses problemas e conflitos aqui fora no mundo real, passando a ter acesso ao mundo virtual e tem contato com esses problemas lá também.

Durante o crescimento delas, assim como colocado no manual de orientação elaborado pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria)², o cérebro vai amadurecendo; e aos poucos elas vão podendo ter mais capacidade pra entender mais sobre os problemas do mundo e sobre como lhe dar com esses problemas.

Mas quando elas são tem contato com algo que ainda não conseguem compreender, dependendo do caso, isso pode fazer mal pra elas.

E é aqui que entra a necessidade de filtrar os conteúdos por idade, porque assim pode ser evitado esses problemas, inclusive no ambiente virtual.

Ao mesmo tempo, cabe a necessidade dos responsáveis supervisionarem esse contato das crianças com essas telas:

  • Observando o comportamento delas,
  • conversando sobre o que elas estão fazendo no ambiente virtual,
  • vendo com quem elas tem contato;

Para que consigam identificar quando algo não está bem e precisa de alguma intervenção.

Por isso vale a pena tentar ser mais próximo delas, assim dá pra diferenciar entre quando ela está bem de quando tem algo estranho que pode sinalizar algo problema.

Sobre o excesso de estímulos provocados pelas telas

Além disso, a quantidade de informação disponível pode causar agitação. Pensa nos bebês, quando agitamos muito eles, ou colocamos muitas coisas nas sua frente, vemos ele se agitar com a grande quantidade de estímulos (seja nas cores das coisas, no movimento que elas fazem ou na mudança delas).

Nas tela da TV, quando elas veem vídeos elas veem muita mudança nas imagens (sendo o vídeo um conjunto de fotos em sequência, trocadas muito rapidamente), essa troca estimula. E é possível observar essa agitação provocada por muitos estímulos aos quais eles estão sendo expostos.

Esse excesso de agitação pode prejudiucar o sono, atrapalhar a execução de atividades que são importantes e necessárias. Em cada etapa do desenvolvimento, em cada idade esse excesso pode prejudicar de formas diferentes. E por isso merece a nossa atenção.

Sobre o tempo limite de contato com as telas, a SBP propõem³:

Photo by Ron Lach
IdadeTempo limite de contato com telas
Menores de 2 anosNenhum contato com telas ou videogames
De 2 anos aos 5 anosAté 1h/dia*
De 6 anos aos 10 anosEntre 1h e 2h/dia
De 11 anos aos 18 anosEntre 2h e 3h/dia
SPB. #Menos telas # Mais saúde. 2019. (pág.07)

*1h/dia = 1 hora por dia

Segundo recomendação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Essa tabela trata-se de um sugestão, com base nos estudos sobre o conjunto de variáveis que podem influenciar no desenvolvimento saudáveis das pessoas. Desde a parte física até a forma de lhe dar com as outras pessoas.

Por isso recomendo a leitura:

Concluindo

Existem muitos outras questões envolvidas com esse tema e que podemos abordar futuramente. Mas para finalizar recomendo;

  • Seja mais próximo dos das crianças e adolescentes por quem você é responsável.
  • Tente saber onde ele navega na internet, que jogos ele tem jogado virtualmente.
  • Incentive atividades fora das telas desses equipamentos eletrônicos também.
  • Brinque com elas.
  • Cuide também dos seus hábitos. Pois elas podem se espelhar em você, e aprender hábitos saudáveis ou não, imitando o que você faz.
  • E acolha eles, principalmente em meio as dificuldades que eles vão tendo nesse caminho de crescimento e de aprender a lhe dar com a vida e as pessoas.

Se você sente que tem alguma dificuldade em fazer alguma dessas coisas, ou está percebendo algum problema com as crianças ou adolescentes pelos quais você é responsável, você pode procurar a ajuda de um profissional da área da saúde.

Precisando eu estou a disposição.

Confira também os artigos: Escute as crianças e Desenho pode não ser infantil?

Referências:

por: Flat icons
¹Artigos publicados entre 2019 e 2023 sobre exposição a telas, encontrados no portal BVS

Viola, P. C. de A. F., Ribeiro, S. A. V., Carvalho, R. R. S. de ., Andreoli, C. S., Novaes, J. F. de ., Priore, S. E., Carvalho, C. A. de ., & Franceschini, S. do C. C.. (2023). Situação socioeconômica, tempo de tela e de permanência na escola e o consumo alimentar de crianças. Ciência & Saúde Coletiva, 28(1), 257–267. https://doi.org/10.1590/1413-81232023281.05772022

Sacramento, J. T., Menezes, C. S. A. de ., Brandão, M. D., Broilo, M. C., Vinholes, D. B., & Raimundo, F. V.. (2023). Association between time of exposure to screens and food consumption of children aged 2 to 9 years during the COVID-19 pandemic. Revista Paulista De Pediatria, 41, e2021284. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2023/41/2021284

Guerra, P. H., Martelo, R., da Silva, M. N., de Andrade, G. F., Christofaro, D. G. D., & Loch, M. R.. (2023). Screen time and low back pain in children and adolescents: a systematic review of Brazilian studies. Revista Paulista De Pediatria, 41, e2021342. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2023/41/2021342

Sá, C. dos S. C. de ., Pombo, A., Luz, C., Rodrigues, L. P., & Cordovil, R.. (2021). COVID-19 SOCIAL ISOLATION IN BRAZIL: EFFECTS ON THE PHYSICAL ACTIVITY ROUTINE OF FAMILIES WITH CHILDREN. Revista Paulista De Pediatria, 39, e2020159. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2021/39/2020159

Silva, K. S., Minatto, G., Bandeira, A. da S., Santos, P. C. dos ., Sousa, A. C. F. C. de ., & Barbosa Filho, V. C.. (2021). Sedentary behavior in children and adolescents: an update of the systematic review of the Brazil’s Report Card. Revista Brasileira De Cineantropometria & Desempenho Humano, 23, e82645. https://doi.org/10.1590/1980-0037.2021v23e82645

Canabrava, K. L. R., Amorim, P. R. dos S., Miranda, V. P. N., Priore, S. E., & Franceschini, S. do C. C.. (2019). SEDENTARY BEHAVIOR AND CARDIOVASCULAR RISK IN CHILDREN: A SYSTEMATIC REVIEW. Revista Brasileira De Medicina Do Esporte, 25(5), 433–441. https://doi.org/10.1590/1517-869220192505168868

Ferrari, G. L. de M., Pires, C., Solé, D., Matsudo, V., Katzmarzyk, P. T., & Fisberg, M.. (2019). Factors associated with objectively measured total sedentary time and screen time in children aged 9–11 years. Jornal De Pediatria, 95(1), 94–105. https://doi.org/10.1016/j.jped.2017.12.003

³Recomendação de tempo de exposição a tela

Sociedade Brasileira de Pediatria. #Menos telas #Mais saúde. dez. de 2019. Disponível em: sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22246c-ManOrient-__MenosTelas__MaisSaude.pdf

One thought on “As telas prejudicam nossa saúde?

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *